domingo, 9 de fevereiro de 2014

Now Playing - Brothers: A Tale of Two Sons


Nessa minha nova tentativa de tentar manter um número aceitável de postagens no blog, vou começar a fazer reviews ocasionais do que estou no momento.

Brothers passou quase despercebido por mim ano passado, em um ano cheio de ótimos títulos AAA, ele acabou ficando em segundo plano, inclusive nas premiações de melhores de 2013.

Ao despretensiosamente iniciar esse jogo que ganhei na PS Plus, primeiro me surpreendi ao ver o logo da Starbreeze, desenvolvedora conhecida por ótimos jogos de tiro como Riddick, The Darkness e Syndicate. Brothers não lembra em nada os FPS violentos criados anteriormente pela produtora, ele é uma aventura focada na narrativa que me lembrou jogos como Out of this World e Ico.

Sem dizer nenhuma palavra em um idioma conhecido, o jogo, como sugere o título, conta a história de dois irmãos, que vão em uma jornada em busca de uma cura para a doença de seu pai. O jogador controla simultaneamente os dois garotos, cada um com um dos direcionais analógicos do controle, inicialmente parece extremamente confuso e difícil de se coordenar a movimentação, mas o jogo compensa isso não exigindo nenhuma ação muito complexa e diferente com os dois irmãos ao mesmo tempo.

O jogo não tem sistema de combate nem inimigos genéricos para serem combatidos, os objetivos são sempre baseados em puzzles e interação com o ambiente. Ele usa de forma muito inteligente o controle simultâneo de dois personagens, inserindo várias mecânicas interessantes durante a jornada, boa parte delas vista uma única vez durante toda a duração do jogo. Ele opta por ser uma experiência pequena de apenas 3 horas em vez de simplesmente repetir as mesmas mecânicas várias vezes, como outros jogos.

O ponto forte de Brothers é a forma com que ele conta a sua singela história através de várias coisas simples, como as animações diferenciadas dos protagonistas para interagir com cada novo personagem ou objeto que aparece; ou com os cenários, que sozinhos conseguem mostrar a mitologia desse mundo. Um dos cenários é um campo de batalha após uma luta entre exércitos de gigantes, um lugar que ao mesmo tempo é brutal e reflexivo.

Se você ainda não jogou, pare de ler por aqui, pois abaixo falarei um pouco sobre o final de Brothers. Jogue, é uma experiência que vale muito a pena e depois volte para discutir os acontecimentos finais.

Abaixo, spoilers do final do jogo



Assim que me deparei com a morte do irmão mais velho, fiquei esperando o clichê da recuperação milagrosa, na cena do enterro, tentei puxar o corpo dele para longe do buraco, em direção à árvore mágica, apenas estendendo mais o momento triste. Comecei a achar que tinha feito um final ruim, e haveria alguma maneira de tudo terminar bem, mas não há.

Inicialmente achei um final extremamente injusto, que troca a vida de um garoto pela recuperação de um velho doente, mas depois tive tempo de digerir o acontecido e parei de pensar nisso dessa maneira. Os garotos estavam em uma jornada perigosa em um objetivo nobre, mas não importa o quão bom você seja, coisas ruins simplesmente acontecem, e é preciso conseguir lidar com isso. Quem já perdeu um ente querido em um acidente repentino sabe do que eu estou falando.

O final de Brother não é sobre aceitar a morte, e sim sobre lidar com a perda, por maior que ela seja, e seguir em frente e com a experiência, se tornar mais forte.

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